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Foto: Ivan Sazima

Cascavel 

(Crotalus durissus) 

Características

Não chega a medir 2 m. Está entre as mais temidas serpentes brasileiras. A cascavel, fiel aos hábitos da grande maioria das serpentes, só costuma atacar o homem quando se sente molestada por ele, ocasião em que reage com agressividade. São responsáveis por 8% dos acidentes ofídicos que ocorrem no País. Os guizos das cascavéis representam vestígios cornificados da pele, que aderem à base da cauda, e não se perdem durante a ecdise (troca da pele). Cada muda acrescenta um novo guizo, e o número de guizos, portanto, não representa a idade da serpente em anos. Além disso, especialmente nas cascavéis mais velhas, os guizos terminais freqüentemente se perdem, de modo que o número total de guizos não indica nem o número total de mudas.

Hábitat

Vive em campos abertos e regiões secas e pedregosas.

Distribuição

Vive na América do Sul, principalmente no território brasileiro.

Hábitos

Serpente terrícola, de atividade crepuscular e noturna, pode também ser vista durante o dia. Quando se julga importunada, enrola-se quase que por inteiro, mantendo erguida em forma de "S" a parte anterior do corpo. Então, levanta a cauda e começa a vibrá-la rápida e vigorosamente, emitindo o característico som de seu guizo, fazendo um ruído que pode ser ouvido a dezenas de metros. Em seguida dá um bote fulminante sobre a vítima, mordendo-a com violência. Desse modo, ela injeta na vítima um forte veneno, que tem ação simultaneamente neurotóxica e hemolítica - ou seja, capaz de exercer perturbadores efeitos tóxicos no sistema nervoso e, ao mesmo tempo, destruir glóbulos vermelhos do sangue.

Alimentação

Alimenta-se de pequenos mamíferos (ratos e outros roedores) e, ocasionalmente, de pássaros que são mortos por envenenamento. Conseguem caçar com o valioso auxílio de suas fossetas loreais, que identificam fontes de calor e orientam a cobra para o bote.


Manifestações sonoras

Emite um som característico, que é o guizo, um "chocalho" (localizado na parte terminal da cauda), formado por vários anéis córneos (escamas modificadas), ocos e articulados entre si. O som pode ser ouvido a dezenas de metros.

Predadores naturais

Outras cobras, como por exemplo a muçurana (Pseudoboa cloelia) e a coral-verdadeira (gênero Micrurus).

Bibliografia

Amaral 1977
Vanzolini et al. 1980
Greene 1988
Campbell & Lamar 1989
Sazima 1992
Haddad & Sazima 1992, "História Natural da Serra do Japi"