O inventário da fauna, apresentado aqui, é o resultado de sistemático trabalho de campo, pelo qual as espécies de vertebrados observadas em cada uma das situações macroecológicas foram registradas. Vários índices de riqueza e diversidade foram utilizados para caracterizar os povoamentos faunísticos de cada macro-hábitat.

O inventário das espécies foi realizado através da observação direta dos indivíduos. A identificação contou com a ajuda de guias para vertebrados (EISENBERG, 1983; EMMONS, 1990; DUNNING, 1987; PETERS & DONOSO BARROS, 1970; PETERS & OREJAS-MIRANDA, 1970; SCHAUENSEE & PHELPS JR., 1978; SICK, 1984). A importância relativa das espécies foi determinada através dos perfis ecológicos e das frequências absoluta, relativa e corrigida, comumente utilizados na literatura internacional (GAUTHIER et al., 1977; GODRON, 1965; GUILLERM, 1969).

Os povoamentos de animais, das diferentes unidades ecológicas, foram caracterizados em termos de composição e estrutura. Vários índices de riqueza (acumulada, média e total) serviram para a identificação e qualificação dos povoamentos faunísticos, em função do número de espécies que o compõem e suas respectivas repartições espaciais (BLONDEL, 1979). A estrutura dos povoamentos foi evidenciada através de vários índices de diversidade oriundos da teoria da informação (MAC ARTHUR & MAC ARTHUR, 1961). Estes índices ponderam o número de espécies de um povoamento por suas respectivas abundâncias relativas (WHITTAKER, 1972) e traduzem a complexidade do povoamento em cada tipo de uso das terras, o número de nichos ecológicos realizados no conjunto do universo estudado e a similaridade entre os povoamentos dos diferentes usos.

Os índices citados serviram de critério na avaliação dos impactos causados pelas atividades agrícolas sobre a composição, estrutura e repartição espacial dos conjuntos faunísticos, posto que a fragmentação da paisagem, causada pela agricultura, influi na riqueza e diversifica o espaço ecológico utilizado pela fauna. No caso das espécies mais importantes, dentro dos povoamentos, foram estabelecidos seus perfis ecológicos (frequências absoluta, relativa e corrigida) em relação aos diversos descritores do meio. Para cada descritor pôde-se evidenciar as condições mais favoráveis a cada população e igualmente grupos de espécies com as mesmas preferências ecológicas. Por exemplo, os povoamentos com ampla distribuição são compostos pela fauna mais ubiquista e tolerante face às condições ecológicas oferecidas regionalmente, enquanto os mais especializados são característicos de certas situações agroecológicas restritas na área de estudo.

Apesar da forte antropização, existem aproximadamente 300 espécies de vertebrados constituindo os povoamentos de animais na área de estudo. Alguns desses conjuntos apresentam tendências generalistas, outros são mais especializados na exploração de determinados hábitats. Outros ainda tendem a um comportametno intermediário. O grupo de vertebrados mais bem representado é o da avifauna com mais de 200 espécies, muito sensível a variabilidade da estrutura da vegetação e, provavelmente, desempenhando um papel importante na caracterização dos povoamentos. A composição, estrutura e distribuição dos povoamentos estão extremamente condicionadas pelas atividades agro-silvo-pastoris.

As páginas a seguir, possuem uma descrição das características e fotos dos animais silvestres, para uma identificação melhor dos interessados em conhecer um pouco da fauna de Campinas.