Localização
O município de Campinas localiza-se na região centro-oeste do Estado de São Paulo (Latitude 220 53'S e Longitude 470 05'W ), abrangendo uma área de aproximadamente 800 Km2. O município é fortemente urbanizado e industrializado, com sua população habitando principalmente as áreas urbanas. A cidade possui inúmeras vias de acesso.
Geologia e geomorfologia
O município está situado justamente no contacto entre os terrenos sedimentares do Período Permo-Carbonífero da Era Paleozóica, da Bacia do Paraná e o embasamento cristalino do escudo brasileiro de idade Pré-Cambriana. Esta posição coloca a área na borda da Depressão Periférica Paulista, isto é, a faixa deprimida por circundesnudação que comparece na zona de contacto entre os terrenos sedimentares e o embasamento antigo.
A região apresenta corpos de rochas básicas intrusivas, que dão origem às terras roxas e latossolos roxos. Os terrenos cristalinos de idade Pré-Cambriana encontram-se no lado oriental, enquanto a parte ocidental é marcada por extensa área de material sedimentar de origem glacial (argilitos, siltitos e arenitos) do Permo-Carbonífero. As rochas básicas estão localizadas entre a área urbana e o rio Atibaia, na parte setentrional do município. No extremo meridional há uma extensa área de sedimentação mais recente, composta por areias e cascalhos.
No município encontramos os seguintes tipos de solos:
A ocupação e uso dos solos são condicionados
pela qualidade dos mesmos. As atividades mais capitalizadas como
a lavoura de cana concentram-se nas melhores terras.
Campinas está próxima ao Trópico de Capricórnio, o que a aproxima de um clima tropical porém, modificado pela altitude que, variando entre 500 e 1.100 m, induz um certo carácter sub-tropical. Segundo a classificação de Koppen, o clima da região campineira é classificado como Cwa (clima mesotérmico com verões quentes e estação seca de inverno), ou seja, o mês mais frio apresenta média mensal inferior à 18o C e, no verão, o mês mais quente tem média superior à 22o C; no mês mais seco recebe menos de 60 mm de chuva . O clima do município é fortemente influenciado por várias massas de ar: Massa Equatorial Continental (Ec), Massa Tropical Atlântica (Ta) e a Massa Polar Atlântica (Pa).
A freqüência média de geadas noturnas oscila entre 2 e 5 ocorrências anuais. Certos episódios, tais como períodos secos e precipitação de granizo, chegam a causar sérios prejuízos, sobretudo para a fruticultura. Incêndios florestais e queimadas são comuns na estação seca, entre o final do inverno e o início da primavera.
Vegetação
Existem três tipos de cobertura vegetal original no município: florestas, cerrado e campos.
Agricultura
Existem 3 tipos principais de culturas na região de Campinas: perenes (café, citricultura e silvicultura), anuais (milho, arroz, algodão, feijão) e semi-perenes (cana-de-açúcar, mandioca). A principal cultura semi-perene do município é a cana-de-açúcar que possui uma vasta expansão territorial, sobretudo em áreas de solos férteis e com topografia pouco acidentada. Ela é praticada em grandes propriedades e, devido a sua importante capitalização, vem apresentando uma dinâmica de ocupação muito grande. Isto tudo aliado à ocupação antrópica propiciou uma fragmentação muito grande na paisagem e promoveu usos muito diversificados das terras, oferecendo condições favoráveis a centenas de espécies de vertebrados bem adaptados a este novo tipo de situação.
Qualificação ecológica da área
A qualificação ecológica da área foi feita a partir de imagens atualizadas multiespectrais do satélite LANDSAT TM 5 e de cartas topográficas do IBGE. Através dessas imagens, foi elaborado um mapa na escala 1:50.000, delimitando e caracterizando os principais usos atuais das terras, em função do tipo de cobertura vegetal. Outro mapa sobre o meio físico, ilustrando as condições de relevo e topografia (depressões inundáveis, eixos hidrográficos, planícies, encostas, cimos etc), evidencia as unidades físicas da paisagem. As informações dos dois mapas foram sobrepostas e transferidas para um mapa síntese sobre o uso atual das terras em Campinas. Esse mosaico de situações macroecológicas (unidades ecológicas), seguramente distinguíveis pela fauna, teve grande importância na elaboração do plano de trabalho.
Obtenção dos dados
Considerando-se a extensão da área, a grande variabilidade de usos das terras e a provável diversidade dos povoamentos faunísticos, foi necessária a elaboração de uma ficha de levantamento zooecológico capaz de oferecer uma descrição mais objetiva possível e homogênea do meio e das espécies. Esta ficha viabilizou a um tratamento matemático e estatístico ulterior das informações. Ela foi composta de aproximadamente 50 descritores grupados em quatro categorias:
1) Descritores referentes à localização
do ponto de prospecção;
2) Descritores para a caracterização do meio físico;
3) Descritores para caracterização da
vegetaçcão e da intervenção humana sobre
o ambiente;
4) Descritores relativos à identificação
e qualificação dos povoamentos e populações
faunísticas.
A definição a priori dos descritores ecológicos
permitiu a identificação dos conjuntos faunísticos,
sendo o único meio de explorar, sobre bases objetivas, as normas
de escolha do hábitat pelas espécies.