
Reprodução: Foto Luiz Cláudio Marigo |
Gralha-de-topete, Gralha-do-campo
(Cyanocorax cristatellus)
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Caracterização
Mede 33 cm. Asas longas e cauda relativamente curta.
Inconfundível pelo topete frontal prolongado, separado do píleo
(alto da cabeça); manto violeta-azul escuro, a barriga e os dois
terços apicais da cauda brancos.
As vivacidade das gralhas vem do fato dos corvídeos
serem dotados do índice cerebral mais alto na classe Aves, após
os psitacídeos (14,60 e 14,95 respectivamente).

Habitat
Vive nos cerrados, também nos trechos bem ralos e ensolarados, interrompidos
por campos.

Distribuição
Ocorre do Piauí, Maranhão e sul do Pará a Mato Grosso,
Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

Hábitos
São arbícolas. Vivem em cerrado aberto. Em regiões
de transição entre áreas campestres e áreas
mais densamente arborizadas.
Vivem em bados de 5 a 12 indivíduos.
Em lugares ermos são mansos e fáceis de se observar. Seus
gestos são múltiplos. A demonstração mais comum
é um inclinar do corpo para a frente e para baixo, acompanhado por
um longo esticar do pescoço alternadamente para a esquerda e para
a direita, e um levantar rítmico da cauda. Voam bem, locomovem-se
às vezes no alto, acima das árvopres, em percurso levemente
ondulado.
As gralhas utilizam as formigas na higiene da plumagem, esfregando os
insetos vivos nas asas para gozar o efeito do ácido fórmico,
atividade que é tratada como "formicar-se".

Alimentação
São onívoros, comem tanto quaisquer animais como sementes
e bagas. Frutos nativos e visitam pomares de sítios e fazendas para
comerem os frutos. As gralhas comem pequenos cadáveres e tiram
a isca de armadilhas montadas para pequenos mamíferos. Depredam
ocasionalmente ninhos de pássaros; fura até ovos de galinha
para chupá-los. Caçam em qualquer altura.

Reprodução
Nidifica sobre árvores do cerrado. O ninho é feito de gravetos
em meia tigela. Põe de três a quatro ovos, tem um campo azul-claro
e numerosas manchas pardas espassas pela superfície.
O imaturo é reconhecível ainda com 6 meses pelo topete
curto.

Manifestações
sonoras
Voz: forte "grä", "grä", "grä-grä-grä", às
vezes 8 a 10 vezes repetidos.

Bibliografia
Helmt Sick, 1988. "Ornitologia Brasileira" .
Marco Antonio de Andrade, 1997. "Aves Silvestres".