Codorna-comum 

(Nothura maculosa)

Família Tinamidae 

Caracterização

Mede 23 cm. Seu colorido altera-se freqüentemente conforme a cor da terra que impregna a plumagem, É caracterizado pelas cores camufladas, que podem confundí-la com o ambiente (terra, folhas secas, moitas de capim etc). O tamanho dos sexos pode variar muito.

Hábitat

Vive em campos ralos e baixos, campos de cultivo (plantações de soja, milho, trigo e arroz e outras).

Distribuição

Ocorre da Argentina, Uruguai e Paraguai ao Brasil.

Hábitos

Desconfiados, imobilizam-se instantaneamente de pescoço ereto, parte posterior do corpo levantada ou deitam-se; indivíduos assustados por um tiro às vezes fingem-se de mortos. Escondem-se ocasionalmente em buracos. Alçam vôo apenas como último recurso, sendo o mesmo pesado e retilíneo; são quase incapazes de evitar obstáculos, mas pilotam relativamente bem quando planam para aterrissar. Tomam banho de poeira além de banhos de sol. A sua plumagem freqüentemente adquire, por estar impregnada, a cor da terra local. Sob chuva adquirem forma ereta (sua silhueta então assemelha-se à de uma garrafa) deixando a água escorrer sobre a plumagem.
 
 

Alimentação

Comem não só bagas, frutas caídas (por exemplo, merindibas, tangerinas e coquinhos de palmito), como folhas e sementes duras. Procuram pequenos artrópodes e moluscos que se escondem no tapete de folhagem apodrecida; viram folhas e paus podres com o bico à procura do alimento, jamais esgravatando o solo com os pés como fazem os galináceos. Catam carrapatos nos pastos e se aproveitam da movimentação do gado no meio da vegetação para apanhar insetos (por exemplo, gafanhotos), quando são espantados. Também cavam a terra à procura de raízes tenras e tubérculos, porém em pequena escala. Bebem regularmente sempre que houver água. Engolem pedrinhas; os filhotes dependem de alimento animal.
 
 

Reprodução

Andam aos casais. A cor do ovo é chocolate-escuro arroxeado brilhante. Os ovos são depositados no chão dos campos e pastagens, chegando ao número de sete até oito por postura. O macho se incube da tarefa de chocar e criar filhotes, sistema de reprodução que envolve a poligamia. Não se empoleiram enquanto se dedicam a essa tarefa. Efetua de duas a três incubações por ano.
 
 

Manifestações sonoras

O canto é uma seqüência de curtos pios finos em escala descendente: "pi, pi, pi, pirr", que se aceleram, durando oito segundos. O timbre da sua voz assemelha-se ao do grilo.
 
 

Predadores naturais

Gatos-do-mato, raposas, guaxinins, furões, iraras, gambás, gaviões e corujas. Os ninhos podem ser saqueados por cobras, macacos, gambás e até mesmo pelo tamanduá-bandeira.
 
 

Caça

Estão entre as aves cinegéticas mais importantes do Brasil, fornecendo a população rural parte das proteínas indispensáveis. São os troféus mais cobiçados por qualquer caçador, levantados pelo perdigueiro nos campos, para o tiro da caça em vôo.
 
 

Preservação

Essas aves se aproveitam do desmatamento e se infiltram até em áreas cultivadas. Estão ameaçadas pelo emprego de inseticidas, espalhados indiscriminadamente por toda parte. Comem formigas cortadeiras envenenadas por iscas granuladas e carrapatos mortos caídos do gado tratado. As posturas das espécies campestres são prejudicadas pelas queimadas e trabalhos agrícolas entre agosto e novembro.
 
 

Bibliografia

Helmt Sick, 1988. "Ornitologia Brasileira".
Marco Antonio de Andrade, 1997. "Aves Silvestres - Minas Gerais".